Boa tarde, Pessoal.
Venho compartilhar algumas soluções que encontrei ao fazer a troca do fluído de freio da minha M3 e92 MT, ano 2008.
Primeiramente esclareço que tenho feito todas as manutenções do carro em casa, como hobby. Até agora não teve nada tão complexo que fosse necessário um serviço especializado.
Para a troca do fluído, comprei uma caneta para testar a qualidade do fluído (R$ 36,00) e uma máquina de sangria da KITEST (R$ 370,00) que deu conta do serviço sem expor o sistema de freio a riscos.
A BMW recomenda a troca do fluído a cada 2 anos. Como não sabia a data da última troca testei com a caneta e constatei que o fluído já estava contaminado. É conhecido que o fluído de freio utilizado (não siliconado) é altamente hidroscópico (absorve a umidade com muita facilidade).
Antes de qualquer serviço de manutenção preventiva, sempre consulto as instruções de reparo da BMW (TIS). Depois complemento as informações com vídeos disponíveis na Internet.
Com relação às peças e material de consumo pesquiso o preço no exterior e em sites no Brasil, bem como nas concessionárias BMW. Lembro que a importação de líquidos inflamáveis é complexa e normalmente os fornecedores não enviam para o Brasil.
Comprei no MercadoLivre os 3 litros de fluído DOT4 LV da PENTOSIN (R$ 76,00 o litro), marca recomendada pela BMW. A quantidade foi indicada pela KITEST, porém já adianto que 1,5 litros já seriam suficientes.
O processo de sangria do freio fica fácil com a máquina pois dispensa o bombeamento do cilindro mestre do freio, que pode danificá-lo. Conforme a BMW informa, a sangria deve ser iniciada na roda traseira direita, depois na traseira esquerda, dianteira direita e dianteira esquerda. A ideia é sangrar as rodas mais distantes primeiro.
Até aqui tudo fácil. Cada roda tem um parafuso de sangria e o processo é igual para qualquer carro. Há vários vídeos que mostram como fazer a sangria, mas o grande segredo é escorrer o fluído velho até a chegada do novo, sem que entre ar no sistema.. Estranhei a demora para sangrar a roda mais distante, mas fui acompanhando pelo fluído que era expelido na roda e depois de uns 300ml a cor do fluído mudou, indicando que já estava saindo fluído novo.
O problema foi para sangrar o sistema de embreagem hidráulica. Lembro que o carro possui transmissão manual e compartilha o fluído de freio para o sistema hidráulico da embreagem. Localizei o parafuso de sangria ao retirar a tampa que protege a embreagem porém mesmo acionando a bomba elétrica nada de sair o fluído antigo.
Resolvi da seguinte maneira: Com a bomba de sangria acionada, pisei na embreagem e retornei o pedal lentamente. Ao pisar no pedal, o fluído saía pela sangria e ao retornar o pedal o cilindro mestre da embreagem era completado com fluído novo pela pressão da bomba elétrica. Quadro pisadas na embreagem e o fluído descartado já havia mudado de cor, indicando que a substituição foi bem sucedida. Como a mangueira de sangria não possuia ar não tinha como retornar ar para o cilindro escravo, o que é importantíssimo.
Depois de tudo pronto umas voltas para testar os freios e a embreagem e aquela olhadinha no chão da garagem para ver se não restaram vazamentos.
Estou anexando algumas fotos para esclarecer melhor. Qualquer coisa é só comentar o artigo. Também já agradeço aos colegas que possuem mais conhecimento e experiência se caso quiserem fazer alguma correção, crítica ou complementação.
Grande abraço a todos.